ROSA FERNANDEZ DE CARRASCO
( Bolívia )
FERNÁNDEZ DE CARRASCO, Rosa (Cochabamba, Bolívia, 1918 – 1988?).- Poeta e escritora de teatro infantil.
Professor estadual. Dirigiu a seção infantil da Folha Literária de 'La Nación' (1954). Fundador do 'Teatro Escola' que há 28 anos faz apresentações em escolas do país. Premiado por diferentes instituições.
Elsa Paredes destacou o seu trabalho dizendo: "O seu temperamento artístico e sensível aproximou-a das crianças, ensaiando com elas de forma metódica e constante muitas obras escritas por ela para crianças, que se caracterizam pelo amor pelos animais e pela educação solidária".
Em 1985 Saturnino Rodrigo a definiu: "A quarentena já passou e, no entanto, ela não se resigna à paz ou à calma, seu coração continua a ferver, seu corpo ainda estremece e ela reclama os momentos de prazer que a vida ainda lhe deve. Vida!".
'Estou esperando um filho' é o título do poema que segue: "Mil luzes se acenderam em minha alma / e eu tenho o sol dividido entre minhas pupilas, / minha ansiedade de viver é uma chama / quando eu sentir renascer em outra vida. /…/ Muito docemente uma criança dorme / como numa cama azul dentro do meu corpo, / e minha emoção é tão grande quando a percebo / que me parece um lírio dentro do meu peito".
LIVROS
Poesia : Nuvens de aurora e crepúsculo (1981).
História: Ticotina (1983); Malvalushka (1983); Caracol (1991).
Teatro : Teatro Infantil (2 v., 1958-1963); TIN Teatro Infantil (1992).
TEXTO EN ESPAÑOL – TEXTO EM PORTUGUÊS
BEDREGAL, Yolanda. Antología de la poesia boliviana. La Paz: Editorial Los Amigos del Libro, 1977. 627 p. 13,5x19 cm.
Ex. bibl. Antonio Miranda
DANZA DE AMOR
Mi corazón se viste de todos los colores
y gira como un trompo de amor sobre tu vida,
lo envuelve cada día mi cordel de emociones
y mi inquietud lo esmalta con luces de alegría.
Día tras otro día, voy envolviendo el tiempo
cada emoción sentida es una vuelta más;
vuelta tras otra vuelta hasta cubrirlo todo,
¡y arrojarlo a la tierra!... para verlo girar.
Extiéndeme tu vida lo más amplia que puedas,
¡lo más vasta que puedas!, como una gran llanura.
Extiéndeme tu vida hasta hacer horizonte,
con el inmenso cielo de esta dulce locura.
Y girará en tu vida mi trompo de colores,
veloz, alegre y fuerte como jamás giró;
y lo verán tus ojos sedientos de inquietudes,
vibrando en sus matices como un solo color.
POR CULPA DE UNA ABEJA
El pensamiento es cosa que Dios ha distribuido
de modo desigual entre los hombres.
Una abeja zumbaba junto al oído
de Diós, el repartirlo,
y le salieron mal las divisiones.
A unos les tocó recibir tanto…
que tienen que vivir en el tormento
de pensar… y pensar…;
otros, en cambio tan poco recibieron
que, en el momento en que más lo necesitan;
no lo pueden hallar;
y otros… nada.
A mí, me tocó un poco; fue tan poco,
que lo uno solamente como postre
al final de los hechos.
Hago una cosa, y pienso;
casi siempre
cuando para reformar ya no hay remedio.
Por eso me equivoco con frecuencia,
y con frecuencia también me desaliento;
cuando creo que voy por buen camino,
es el errado que estuve recorriendo;
y si pienso que estoy en el errado
sé recién al volver que éste era el cierto.
Algo olvidado dejo en los caminos;
por ello a veces regreso por el mismo,
más sé al regresar que lo olvidado
bien valía la pena
de haberlo allí dejado.
El impulso me empuja boca a tierra
en todos los momentos,
mientras el pensamiento, lerdamente,
ha de llegarme siempre retrasado,
pero jamás a tiempo;
y es que me tocó sólo tan poco
del regalo divino,
que no sé cómo ni dónde he de encontrarlo
cuando más lo preciso.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
DANÇA DE AMOR
Meu coração se veste de todas as cores
e gira como uma decepção de amor sobre tua vida,
envolve-o a cada dia mi cordel de emoções
e minha inquietude o esmalta com luzes de alegria.
Dia após dia, vou envolvendo o tempo
cada emoção sentida é uma volta mais;
volta depois outra volta até cobrir tudo,
e despejá-lo na terra!... para vê-lo girar.
Alberga-me tua vida o mis amplo que podes,
o mais vasto que consegues!, como uma grande planície.
Alberga-me tua vida até tornar-se o horizonte,
com o imenso céu desta doce loucura.
E girará em tua vida meu pião de cores,
veloz, alegre e forte como jamais girou;
o teus olhos o verão sedentos de inquietudes,
vibrando em seus matizes como uma única cor.
POR CULPA DE UMA ABELHA
O pensamento é coisa que Deus repartiu
de modo desigual entre os homens.
Uma abeja zumbia junto ao ouvido
de Deus, el reparti-lo,
e lhe resultaram mal as divisões.
A uns tocou-lhes receber tanto…
que têm que viver no tormento
de pensar… e pensar…;
outros, no entanto tão pouco receberam
que, no momento em que mais o necessitam;
não o conseguem achar;
enquanto outros… nada.
A mim, me tocou um pouco; mas tão pouco,
que este somente como sobremesa
no final dos fatos.
Faço uma coisa, e penso;
quase sempre
quando para reformar já não tem remédio.
Por isso me equivoco com frequência,
e com frequência eu desanimo;
quando creio que vou pelo bom caminho,
era o errado em que estive recorrendo;
e se penso que estou no errado
sei logo al voltar que este era o certo.
Algo esquecido deixo pelos caminhos;
por isso às vezes regresso por eles,
mas sei ao regressar que o esquecido
mais valia a pena
por tê-lo ali abandonado.
O impulso me empurra a boca à terra
em todos os momentos,
enquanto o pensamento, lerdamente,
haverá de chegar a mim sempre atrasado,
mas jamais a tempo;
e é que me tocou somente tão pouco
do presente divino,
que não sei como nem onde hei de encontrá-lo
quando mais o necessito.
*
VEJA e LEIA outros poetas da BOLÍVIA em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/bolivia/bolivia.html
Página publicada em julho de 2022
|